sexta-feira, 13 de maio de 2011

ORIXÁS


Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.
No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

ORIXÁ BARÁ

Bará é nome de uma entidade cultuada no Batuque, religião afro-brasileira do Rio Grande do Sul.
Por várias características pertencentes aos homens, Bará se apresenta como o Orixá mais humano de todos os Deuses africanos, sendo sempre o primeiro Orixá a ser servido em qualquer obrigação, nele encontraremos um Orixá prestativo e presente, segurando todas nossas futuras necessidades, caso contrário devemos nos preparar, sem exagero, para alguma coisa desagradável.
Como dono das chaves, dos portais, encruzilhadas, caminhos e comércio, deve sempre ter suas saudações, obrigações e cortes quando necessário, feitos em primeiro lugar caso contrário caminhos trancados, mas não devemos tachar o Orixá Bará de egoísta, para a segurança de nosso ritual é só serví-lo primeiro e assim nosso ritual estará bem encaminhado. É o Orixá responsável pela boa abertura dos trabalhos, esta para nossos negócios e vidas, destrancando caminhos e abrindo portas ou trancando e fechando, dependendo de nossos merecimentos e cumprimento de tarefas.
Uma de suas características mais marcantes, esta presente em uma das milhares lendas existentes sobre este Orixá, conta a lenda que certo dia Bará desafia Oxalá, a discussão em pauta era saber quem era o mais antigo, logo Aquele que deveria receber mais respeito, e se tornar o soberano em relação aos Outros, após uma batalha cheia de peripécias e truques, Oxalá domina a cabeça de Bará, onde esta sua concentração de poderes, tornando-lhe assim seu eterno servo.
  • Saudação: Alúpo ou Lalúpo
  • Dia da Semana: Segunda-feira e Sexta (Bará Agelú)
  • Número: 07 e seus múltiplos
  • Cor: Vermelho
  • Guia: Corrente de aço (para alguns), vermelho escuro (Legba), vermelha (Lanâ, Lodê, Adague e Agelú)
  • Oferenda: Pipoca, Milho torrado, 07 batatas inglesas assadas e azeite de dendê
  • Adjuntós: Legba com Oiá Timboá, Lodê com Iansã ou com Obá, Lanã com Obá ou com Oiá, Adaqui com Oiá ou com Obá, Agelú com Oxum Pandá e as vezes com Oiá
  • Ferramentas: Corrente, chave, foice, moeda, búzios, entre outros
  • Ave: Galo Vermelho
  • Lugares na Natureza:[1] Encruzilhadas.

Sincretismo

  • Bará Lodê: São Pedro, quando faz adjuntó com Iansã, São Benedito com faz adjuntó com Obá.
  • Bará Lanã: Santo Antônio do Pão dos Pobres
  • Bará Adagbe: Santo Antônio de Pádua
  • Bará Agelú: Menino no colo do Santo Antônio
  • E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Exú Elegbara, Gama (ligada ao culto de Xapanã), Zína, Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.
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domingo, 8 de maio de 2011

HISTÓRIA DA NAÇÃO CABINDA

A nação Cabinda, originária de Angola, adotou o panteão dos Orixás Iorubas, embora estas divindades Bantus teriam como nome correto Inkince.
Os Inkinces são para os Bantus o mesmo que os Orixás para os Yorubás, e o mesmo que os Voduns são para os Jêjes. Não se trata da mesma divindade, cada Inkince, Orixá ou Vodum possui identidade própria e culturas totalmente distintas. A linguagem ritual originou-se predominantemente das línguas Kimbundo e Kikongo; são línguas muito parecidas e ainda utilizadas atualmente. O Kimbundo é o segundo idioma nacional em Angola. O Kikongo, provém do Congo, sendo também falado em Angola.
Aqui no Rio Grande do Sul a raiz forte da Cabinda foi o Sr. Valdemar Antonio dos Santos, filho do Orixá Xangô Kamucá Baruálofina; e uma de suas descendentes foi a Sra. Madalena de Oxum, que se destacou grandiosamente dentro desta nação.
Outros que se iniciaram pelas mãos de Valdemar de Xangô, e alguns, com sua morte passaram para as mãos de Mãe Madalena de Oxum: Pai Tati de Bará, Mãe Palmira de Oxum, Ramão de Ogum, Moacir de Xangô (tinha o apelido de Guri Bontito), Pai Mario de Ogum e Pai Nascimento de Sakpatá, oriundo de outra nação. Depois foram surgindo outros ícones da nação Cabinda, onde podemos citar Pai Romário de Oxalá, filho de santo de Mãe Madalena de Oxum; Mãe Olê de Xangô, mulher de Pai Tati de Bará; Pai Henrique de Oxum, enteado e filho de santo de Mãe Palmira de Oxum; Pai Adão de Bará de Exu Biomi; Pai Cleon de Oxalá; Antonio Carlos de Xangô, Alabê e Babalorixá, Mãe Marlene de Oxum, filha de santo de Pai Romário; Pai Paulo Tadeu de Xangô; Pai Genercy de Xangô; Hélio de Xangô, Pai Adão de Bará; Didi de Xangô; João Carlos de Oxalá, de Pelotas; Juarez de Bará; Pai Gabriel de Oxum, que foi um grande Babalorixá da Nação Cabinda, filho de santo de Romário de Oxalá; Lurdes do Ogum; Enio de Oxum, também da casa de Pai Romário; Luiz vó da Oxum Docô, foi filho de santo de Pai Romário de Oxalá; Ydy de Oxum, filho de santo de Pai Henrique de Oxum, entre muitos outros que conservam, ainda, os fundamentos desta Nação tão importante nos rituais Africanos do Sul.
Os praticantes da Nação Cabinda também se valem dos rituais da Nação Ijexá, já que esta última é atualmente a modalidade ritual predominante aqui no Rio Grande do Sul; a diferença se dá basicamente no respeito à memória de seus ancestrais e a outros fatores como o início dos fundamentos da Nação Cabinda, que é justamente onde termina os das outras Nações: o cemitério.
O Orixá Xangô é considerado Rei desta nação, e é o dono dos Eguns, juntamente com Oyá e Xapanã; E o culto aos Eguns é tão forte que na maioria dos terreiros desta nação, se encontra o assentamento de Balé (culto aos Eguns); Os filhos de Oxum, Yemanja e Oxalá, podem entrar e sair de cemitérios quando necessário for, sem nenhum prejuízo a sua feitura, já nas outras nações estes só entram no cemitério em extrema necessidade; Se estiver acontecendo uma festa num terreiro de Cabinda, e se o Orixá Xangô, tendo recebido oferendas de quatro pés, e vier a falecer algum membro da casa ou da família religiosa, não ficará a obrigação prejudicada, conforme acontece nos outros terreiros, nos quais teriam que interromper toda a obrigação.
Os Orixás cultuados na Nação Cabinda são os mesmos da Nação Ijexá acrescentando Bará Elegba, Oyá Dirã e Oyá Timboá que são cultuados em alguns terreiros desta Nação. Na maioria das vezes as oferendas também são iguais com pouca diferença como por exemplo a obrigação do peixe que em alguns terreiros de Cabinda oferecem Pintado a determinados Orixás, que no Ijexá damos Jundiá.